segunda-feira, 3 de agosto de 2009

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Cobertura: Feira Noise Festival

por Clara Marques Campos em 29 Julho, 2009

Nos últimos dias 24 e 25 de julho, ocorreu, no anfiteatro do Centro de Cultura Amélio Amorim, em Feira de Santana, o Feira Noise Festival, promovido pela Alcatéia Produções. E o Salvador Alternativo, como não poderia ficar de fora de um evento deste porte e importância para o nosso cenário, esteve lá para conferir tudo o que rolou na Princesa do Sertão. O festival contou com um público pagante de mais de 450 pessoas, nos dois dias, e reuniu um total de 19 bandas e um DJ, que vieram de cidades baianas como Feira de Santana, Salvador, Camaçari e Baixa Grande e também de outros estados do nordeste como Sergipe, Pernambuco e Ceará.

O Feira Noise Festival inovou ao priorizar a música essencialmente alternativa, se diferenciando da maioria dos festivais de rock que acontecem na cidade, nos quais se apresentam quase que exclusivamente bandas de hardcore, punk rock e heavy metal.

Os Nó Cego (Foto: Sara Regis)

Os Nó Cego (Foto: Sara Regis)

A produção do evento também acertou em cheio na seleção das bandas, todas muito competentes no seu propósito, dentre as quais a maioria nunca tinha se apresentado em Feira de Santana e algumas delas tocaram fora da sua cidade de origem pela primeira vez.

Conversamos com Joilson Santos da Alcatéia Produções, e também baixista do Clube de Patifes, que nos explicou como se deu o processo de escolha dos grupos participantes: “algumas bandas foram selecionadas através da inscrição que foi aberta, outras bandas foram convidadas pela produção. O critério era logicamente a qualidade, deveriam ser bandas com um trabalho autoral consistente”.

Clube de Patifes (Foto: Sara Regis)

Clube de Patifes (Foto: Sara Regis)

Na sexta-feira, o evento foi aberto em torno das 20h com a apresentação do grupo feirense de pop rock Sonnora. Logo em seguida, e em todos os intervalos entre os shows das bandas, o som ficou sob o comando do DJ Don Maths, também de Feira. Depois foi a vez da originalidade dos conterrâneos d’Os Nó Cego, com a apresentação performática do seu vocalista Márcio Punk. A terceira a subir no palco do Feira Noise foi a pernambucana Joseph Tourton, um dos grandes destaques da noite com a sua música instrumental que mistura guitarras pesadas, sons eletrônicos e instrumentos como flauta e escaleta. Em seqüência, deram o seu recado o grupo soteropolitano Os Irmãos da Bailarina, o power trio cearense Joseph K? e o duo sergipano de guitarra/voz e bateria The Baggios. E encerrando a primeira noite do festival, tivemos ainda o pop rock do Aguarraz, em seu primeiro show fora de Salvador, e o rock n’ roll da feirense Demodê.

Aguarraz (Foto: Sara Regis)

Aguarraz (Foto: Sara Regis)

Já no sábado, os primeiros acordes foram ouvidos por volta das 17h com o power pop dos feirenses da Norah, ainda com um público bastante tímido. Mas ao longo da noite, a platéia superou o número de espectadores do dia anterior. De Camaçari veio a segunda atração da noite, a Declinium, fazendo um som pós-punk e indie rock. Em seguida, sobem ao palco a soteropolitana Velotroz com a performance agitada do seu vocalista Giovani Cidreira e o bando feirense Farinha de Guerra, que traz influências da música popular nordestina e do samba de roda do recôncavo baiano. Também de Feira de Santana, a próxima a se apresentar foi a Flyoung, representante do grunge e do rock nacional dos anos 80. Na sequência, temos a Sertão S/A, que conta com integrantes das cidades Baixa Grande, Mundo Novo, Piritiba e Jacobina. Chega a vez do experimentalismo da pernambucana Nuda e dos feirenses muito bem conhecidos do público do Clube de Patifes, com a audaciosa e bem-sucedida proposta de unir as águas do rio Mississipi às aguas do rios São Francisco e Paraguaçu. Para fechar o festival, sobem ao palco o sessentismo dos pernambucanos da Plástico Lunar e o bom e velho punk rock da feirense Cidadão Dissidente.

Nuda (Foto: Sara Regis)

Nuda (Foto: Sara Regis)

Além dos shows, o Feira Noise Festival promoveu também uma exposição fotográfica no salão do Centro de Cultura Amélio Amorim e um grupo de discussão entre produtores locais.

Ao final dos dois dias, fica a expectativa pela já prometida segunda edição do festival, no próximo ano, e aquele desejo que o público valorize e compareça mais a eventos deste tipo, tão carentes na cidade e em todo o estado quanto tão importantes para a sobrevivência da nossa cena alternativa e divulgação de novas bandas.

Os Irmãos da Bailarina (Foto: Sara Regis)

Os Irmãos da Bailarina (Foto: Sara Regis)

FONTE: Site Salvador Alternativo - http://www.salvadoralternativo.com.br/